Na entrada da casa, Ademir acabava de subir o primeiro degrau quando a porta se abriu.
Ele e Karina se entreolharam, como se houvesse uma sintonia tácita entre os dois.
A noite estava um pouco fria, e no gramado úmido após a chuva, os insetos cantavam sem parar. Karina lançou um olhar de cima a baixo para ele e franziu o cenho ao comentar:
— Você não veio de carro? Como é que ainda assim está com a roupa molhada?
Karina se afastou para deixá-lo entrar. Ademir, carregando um grande saco nos braços e com o cabelo ainda úmido, se dirigiu à cozinha.
Ele colocou as coisas no balcão e, enquanto as organizava, disse:
— Comprei arroz e peixe. Lembrei que você gosta de peixe... E também gosta de vinagre...
Ele interrompeu a frase. Nesse instante, Karina, que ele não notou quando se aproximou, estava ali ao seu lado, segurando uma toalha na mão.
— Abaixe a cabeça. — Ela disse.
— Claro.
Sem hesitar, Ademir inclinou a cabeça. Karina pôs a toalha sobre a cabeça dele e, com ambas as mãos, começou