Ademir ficou furioso.
O encontro mal tinha começado, e aquele garçom já havia estragado tudo. Ele estava prestes a perder a paciência quando Karina o interrompeu:
— Deixa para lá, não foi nada sério. Estou com fome, vamos pedir logo.
— Você realmente não está chateada? — Ademir perguntou, desconfiado.
Afinal, o ciúme era uma característica natural das mulheres, pensou ele.
— Eu já vim aqui com a Vitória antes. — Já que o assunto havia surgido, Ademir resolveu explicar de uma vez. — Mas naquela época, nós ainda éramos...
Ele parou no meio da frase, incapaz de continuar.
— Você não precisa se explicar. — Karina, que estava claramente desconfortável pela situação, falou de forma tranquila. — Eu entendo.
Ela parecia realmente calma, sem qualquer sinal de raiva.
Mas o que exatamente ela entendia?
Mesmo sem exigir explicações, Ademir não conseguia se sentir aliviado. Pelo contrário, ficou ainda mais incomodado com o que sentia ser uma estranha indiferença da parte dela.