Ademir não tinha paciência, segurou o rosto de Karina com as mãos, forçando ela a olhar para cima.
— Fala!
Karina, com o rosto ruborizado e as sobrancelhas franzidas, respondeu:
— Vamos falar lá fora, você não tem vergonha? — E se desvencilhou do homem, saindo apressadamente da sala de exame.
Ademir ficou paralisado por um segundo.
"Isso é vergonha?"
Ele correu atrás dela, abraçando ela por trás, enquanto Karina se contorcia.
— Não se mexa. — Ademir riu baixo. — Você é médica, o que eu pergunto é normal, qual é o problema em se envergonhar?
— E você ainda fala sobre isso. — Karina ergueu a cabeça bruscamente, emburrada e com raiva.
— Tudo bem, não vou mais falar. — Ademir se rendeu, com um sorriso nos lábios, e beijou a cabeça de Karina.
"É tão fácil ficar envergonhada. Que adorável."
Como aquele homem pôde abandoná-la?
Ao entrarem no carro, Ademir ajudou Karina a colocar o cinto de segurança e pegou uma caixa do porta-malas, entregando a ela.
— O que é isso?