Filipe segurou a mão de Patrícia e disse:
— Duas pessoas juntas a vida toda... Não tem como não brigarem. Até os dentes e a língua acabam se esbarrando, não é?
Olhando para o rosto de Patrícia, seu tom foi se tornando cada vez mais suave.
— Ontem à noite, a culpa foi minha, eu errei. Fiquei com raiva... Quando vi o Simão, não consegui me controlar.
Afinal, era o homem por quem ela tinha se apaixonado por tantos anos.
Se ele não tivesse nenhuma reação, ainda seria um homem?
Patrícia zombou para si mesma:
“Ele ficou com raiva por causa do Simão? E será que alguma vez pensou em mim? Só ele pode fazer esse tipo de coisa, mas eu não posso?”
Patrícia disse:
— Quero voltar para casa por uns dias.
Pelo menos, ficando em casa, poderia evitá-lo.
— Tudo bem.
— Você concordou? — Patrícia falou, animada.
Mas, antes que pudesse se alegrar de verdade, Filipe continuou:
— Mas, não agora.
— O quê? — Patrícia se espantou. — Você prometeu! Disse que eu poderia voltar para casa quando quisesse.
— Sim, eu