— Vamos.
Filipe segurou a mão de Patrícia e, juntos, começaram a caminhar pela trilha, se aproximando devagar dos pessegueiros.
Patrícia, nervosa, nem percebeu que já estavam de mãos dadas, e, quase sem querer, suas duas mãos puxaram a dele.
Filipe percebeu o gesto e, com um sorriso sutil, curvou os cantos dos lábios.
— O que foi? Está me olhando por quê? — Patrícia notou o olhar dele e, um pouco confusa, perguntou.
— Não estou olhando para você. — Filipe conteve uma risada. — Estou observando ao redor, vendo se aparece o dono.
Patrícia perguntou:
— Você temestá com medo? Tem medo e ainda assim vai roubar?
— Já que viemos até aqui... — Filipe ergueu uma sobrancelha. — Olha, você me ajuda a vigiar, e eu posso me concentrar no que estou fazendo.
— Tudo bem. — Patrícia assentiu, ainda sem entender muito bem.
Após a resposta, ficou um longo silêncio, até que ela se lembrou de algo. Será que precisava realmente roubar os pêssegos?
Na verdade, não era como se passar algumas horas com fome fo