A chuva não dava trégua. Gotas pesadas escorriam pelo para-brisa enquanto Ethan dirigia em silêncio, os olhos fixos na estrada, mas a mente distante, ainda presa àquela noite sombria. O volante firme em suas mãos era o único elo entre ele e a realidade.
O cheiro do couro do carro misturava-se com o perfume de terra molhada que entrava pela fresta da janela entreaberta. Ao seu lado, James o acompanhava em silêncio, respeitando o peso que Ethan carregava nos ombros. Os dois haviam saído do galpão sem dizer muito, apenas um breve aperto de mãos e o mesmo pensamento não dito: isso ainda não acabou.
Ethan desviou o olhar para o retrovisor, onde a luz vermelha das sirenes ainda piscava ao longe. Aquilo parecia um pesadelo mal costurado à realidade. Mas ele sabia: o verdadeiro pesadelo seria acordar e perceber que Helen estava em perigo. E era por ela que precisava seguir.
Ao entrar no condomínio fechado onde moravam, o coração de Ethan apertou. As luzes da casa estavam acesas. Ele sabia que