O som da sirene da ambulância cortava a madrugada como uma ferida aberta no ar.
Zoe segurava a mão do irmão com força. Ela sentia o suor frio da pele dele, o tremor involuntário dos músculos, e o som irregular da respiração. Cada movimento da maca dentro do veículo a fazia reviver, em looping, a imagem de Ethan nu, deitado no próprio vômito, desidratado, febril e completamente devastado pela ausência de Helen.
Liam estava ao lado dela, calado, mas com os olhos vermelhos e o maxilar trincado. Nunca vira Ethan daquele jeito. E, mesmo sem dizer nada, a dor e o medo estavam estampados em seu rosto.
— Vamos conseguir — Zoe sussurrou, mais para si mesma do que para os outros. — Ele só precisa… segurar um pouco mais.
Ethan não respondia. Estava semiconsciente, murmurando frases desconexas entre pequenas convulsões de angústia e calor. Seu corpo oscilava entre arrepios e febre. O rosto ainda tinha marcas do soco de Michael, e os lábios rachados pela desidratação pareciam ainda sangrar.
— Hele