Lúcia desligou o telefone, calçando sandálias, caminhando sob a cortina de chuva. A roupa encharcada colava ao corpo, enquanto os longos cabelos negros, desordenados, grudavam no rosto pálido.
Os cantos dos olhos estavam avermelhados, e o olhar perdido, enevoado.
De repente, o salto da sandália quebrou. Lúcia tirou o calçado e continuou andando descalça pelo chão molhado. Um pedaço de vidro se enfiou na sola do pé.
O sangue vermelho-vivo brotou, mas foi rapidamente lavado e levado pela chuva.
Com dores, Lúcia mancava, tentando avançar.
Leopoldo, que observava a cena de dentro do carro, teve o impulso de parar e oferecer ajuda, mas sabia muito bem como era o temperamento da senhora. Lúcia preferiria quebrar o pé do que aceitar qualquer gesto vindo de alguém ligado ao Sr. Sílvio.
Ele a seguiu até o pequeno apartamento alugado. Assim que Lúcia entrou, Leopoldo ligou para o Sr. Sílvio para relatar a situação. Além disso, mencionou o ferimento no pé dela e enviou algumas fotos tiradas d