O sangue escorria, vermelho vivo, como uma ferida aberta para o mundo. Lúcia se ajoelhava sem parar diante de Sílvio, batendo a cabeça contra o chão, implorando que ele salvasse seu pai. Mas nada adiantou. Seu pai morreu. E morreu na noite de Natal.
A mãe da Lúcia, tomada por uma fúria cega, a chamou de ingrata, uma verdadeira traidora que havia levado o pai à morte e arrastado junto toda a família Baptista para o abismo.
Naquela noite, que deveria ser de união e alegria, a tragédia tomou conta. Enquanto os fogos de artifício iluminavam o céu e as famílias brindavam em harmonia, a casa dela se desmoronava.
No dia seguinte, sua mãe faleceu no caminho de volta do enterro. O fígado da Lúcia havia sido removido à força por Sílvio, mas, mesmo assim, a mulher parecia ter perdido a vontade de viver. Ele a manteve presa, cercada por grades invisíveis de manipulação e controle, até que, num ato de desespero, ela se jogou da sacada da mansão dele. Mas nem isso funcionou. Ela não morreu.
Ela foi