Na maca, havia alguém deitado. Todo o corpo estava coberto por um lençol branco, escondendo completamente o rosto e a identidade da pessoa.
Os dedos longos e ossudos de Sílvio se aproximaram, hesitantes, para puxar o lençol. Mas suas mãos tremiam incontrolavelmente. Ele não queria encarar o que estava debaixo do tecido.
Pelo contorno do corpo, pela silhueta inconfundível, parecia ser Lúcia. Mas ele ainda se agarrava à ilusão, à esperança de que fosse outra pessoa. Não podia ser ela. Era impossível que fosse.
Com um movimento brusco, ele puxou o lençol. O tecido deslizou de sua mão e caiu no chão com um som seco. O impacto ecoou na sala fria, mas não se comparava ao golpe que ele sentiu no peito ao ver o que estava diante dele.
Era Lúcia. Vestida com um uniforme de hospital, deitada ali, imóvel. A roupa estava impecável, limpa e organizada. Obviamente, as enfermeiras haviam trocado as roupas que ela usava antes de pular.
O rosto de Lúcia estava pálido como uma folha de papel. Seus longo