Quando Lúcia despertou, já era o segundo dia após a aplicação da injeção de amnésia.
Ela sentia como se tivesse acabado de sair de um sonho longo, muito longo. No sonho, seus pais estavam presentes, ambos jovens, e ela, ainda criança, vivia momentos calorosos e felizes com eles.
Ao acordar, porém, mal conseguia lembrar dos detalhes daquele sonho. Sua mente estava confusa, e o cansaço dominava seu corpo. Ela se sentia exausta, como se cada músculo estivesse pesado. Uma fadiga intensa a fez franzir a testa.
Deitada na cama do hospital, Lúcia olhou ao redor. Estava em um quarto de hospital. A luz do sol entrava pela janela com força, um pouco ofuscante.
As cortinas brancas não estavam completamente fechadas e balançavam suavemente ao sabor do vento. A luz refletia em uma planta verdejante ao lado da janela, e as folhas pareciam ter sido banhadas por uma camada dourada.
A claridade incomodava seus olhos, que ardiam levemente. Ela abaixou o olhar e viu uma agulha presa à sua mão, envolta c