Capítulo 567
Lúcia abriu os olhos de repente, sentindo uma água fétida escorrer em seus olhos, em seu rosto, encharcando suas roupas e cabelos. Seu corpo inteiro estava molhado.

Seus braços doíam, formigavam de tão exaustos. Ao olhar para cima, percebeu que suas mãos estavam amarradas, e a corda que prendia seus pulsos estava enrolada em um galho seco.

Ela olhou para baixo e seu estômago revirou. O desfiladeiro era tão profundo que desaparecia na escuridão. Uma vertigem tomou conta dela, intensificada por sua fobia de altura.

Lúcia ainda lembrava do telefonema que atendeu, supostamente de uma entrega. Depois disso, tudo ficou escuro. Agora estava ali, sem entender o que havia acontecido.

A dor na parte de trás de sua cabeça era lancinante. Ela esfregou os olhos, tentando clarear a mente, mas ainda não conseguia juntar todas as peças.

O som agudo e repetitivo de madeira rangendo invadiu seus ouvidos, martelando em sua cabeça. Ela seguiu o som e viu uma figura feminina, de costas, segurando um facão.
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