Para dar a ele uma sensação de segurança, Lúcia parou de usar maquiagem e de se vestir com esmero.
Mas hoje era diferente. Hoje, ela enfrentaria Sílvio no tribunal, e queria estar no seu melhor.
Depois de aplicar a base, desenhar as sobrancelhas e passar o batom, Lúcia olhou no espelho. A mulher que ela via agora parecia ter recuperado o brilho de antes, a aparência de uma pessoa saudável. Só então ela se sentiu mais tranquila.
Às nove e quarenta, Eduardo enviou uma mensagem dizendo que o carro já estava esperando por ela lá embaixo.
Lúcia respondeu rapidamente. Pegou uma garrafinha de água, uma embalagem de analgésicos e colocou tudo na mochila. Ela vestiu um par de tênis confortáveis e, antes de sair, pegou uma foto de seu pai que estava sobre a mesa.
Ela passou a mão pelo rosto gentil de seu pai.
— Pai, estou indo buscar justiça por você. Me proteja, por favor.
Quando Eduardo viu Lúcia entrar no carro, ficou surpreso com a mudança em seu visual.
— O que foi? Estou estranha? — Lúcia