Diante das palavras frias de Lúcia, Sílvio conseguiu conter a raiva que fervia dentro dele. Ele colocou as flores diante do túmulo e acendeu uma vela.
A chama da vela soltava uma fumaça escura, e o vento continuava a soprar forte, fazendo a fumaça ir direto aos olhos de Sílvio, que começaram a arder.
Com os dedos firmemente segurando a vela, ele encarava o pequeno monte de terra à sua frente. Abelardo havia morrido assim, de forma tão abrupta, bem na sua frente. Era óbvio que o velho tinha feito aquilo de propósito, para incriminá-lo.
Agora, como ele provaria sua inocência? Como ele faria Lúcia acreditar nele? Pelo que conhecia dela, Lúcia jamais aceitaria ter um filho com ele de bom grado agora. O casamento deles estava à beira do colapso.
Com o período de reflexão do divórcio prestes a terminar, Sílvio sentia uma irritação crescente.
Abelardo, aquele velho astuto, havia causado tanto estrago. Na juventude, ele tinha atropelado o pai de Sílvio, e depois ordenado que o motorista Paul