Sílvio segurou firmemente o braço de Abelardo, estabilizando-o de forma rápida e precisa.
No entanto, Abelardo não demonstrou nenhum agradecimento, sua testa franzida e o olhar de desdém deixavam claro o quanto ele não apreciava a ajuda.
Com um movimento brusco, ele afastou a mão de Sílvio, lançando-lhe um olhar duro e reprovador.
O rosto de Sílvio escureceu instantaneamente. Ele não conseguia acreditar na falta de gratidão daquele velho teimoso.
As mãos de Abelardo, secas e envelhecidas, encontraram o apoio da cadeira de rodas, mas logo se esticaram até alcançar uma bengala com a cabeça de um dragão pendurada ao lado. Com esforço, ele começou a caminhar em direção à entrada da casa.
Seus movimentos eram lentos, desajeitados, como se a coordenação entre seu corpo e mente estivesse ausente. A bengala foi colocada primeiro no degrau da escada, enquanto ele, com toda a força que ainda lhe restava, segurava firmemente o apoio e levantava um pé com extrema dificuldade, tentando subi-lo n