Lúcia abraçou Sandra com toda a força, agarrando a roupa da mãe enquanto as lágrimas caíam como uma enxurrada, sem nenhum controle.
— Minha filha, o que foi? — Sandra, percebendo algo errado, afastou Lúcia um pouco e segurou seus ombros, olhando-a com preocupação. — Para de chorar, o que aconteceu?
— Mãe... — Lúcia começou a chorar ainda mais alto.
Sandra tentou enxugar suas lágrimas:
— Aconteceu alguma coisa? Foi o desgraçado do Sílvio que te fez mal de novo? Me conta, filha.
Mas contar à mãe, adiantaria o quê?
Sua mãe já estava envelhecida, sofrendo com tudo que a filha passava. Se soubesse que Lúcia tinha pouco tempo de vida, com certeza desmaiaria de tristeza.
Lúcia não podia ser tão egoísta. Como poderia compartilhar com a família o peso terrível de seu diagnóstico de câncer?
Durante mais de vinte anos, seus pais a trataram como uma joia preciosa, protegendo-a com todo o amor do mundo. Ela nunca havia contribuído com nada para essa pequena família.
Lúcia soluçava enquanto Sandra e