Ele colocou uma mão no bolso da calça e segurou uma sacola de laranjas com a outra.
Lúcia sentiu um frio na barriga e não tinha certeza de quanto do que tinha dito Sandra havia sido ouvido por Sílvio. Fez um gesto discreto para que a mãe parasse de falar, e Sandra, percebendo a situação, se calou.
De fato, Sandra temia Sílvio. Ele possuía uma aura intimidante, especialmente quando estava com aquela expressão impassível que conseguia paralisar qualquer um.
Sílvio deixou a sacola de laranjas na mesa com um barulho pesado e começou a descascar uma das frutas.
Com o conhecimento que Lúcia tinha sobre ele, sabia que ele estava irritado e tentando controlar sua raiva.
— Mãe, eu estou bem. Vá ver como está o papai. — Lúcia tentou afastar a mãe. Se Sílvio tivesse ouvido as palavras dela, certamente direcionaria sua fúria para Sandra, então era melhor que ela se afastasse.
Sandra enxugou as lágrimas, sem olhar para Sílvio, e puxou a mão de Lúcia.
— Lúcia, pense bem no que eu disse. Reflita com