Ele olhou para Lúcia sem expressão:
— Eu volto logo.
— Certo. — Lúcia respondeu, mas aquela palavra carregava todo o peso do seu cansaço.
Ela observou Sílvio e Dr. Arthur saírem da sala, um atrás do outro, e descerem as escadas.
A ansiedade, o medo, o pavor, todos começaram a tomar conta de seu coração.
Lúcia levantou-se do sofá e foi à cozinha preparar uma cafeteira de café.
Ela tinha uma sensação ruim: Sílvio ia descobrir que ela perdeu o bebê!
Tudo estava prestes a desmoronar!
Quando ele voltasse, seria uma batalha inevitável!
O som da água fervendo ecoou pelo ambiente.
Ela, atordoada, pegou a cafeteira e despejou o líquido quente no copo de vidro à sua frente.
O bico da cafeteira deslizou, e o café escaldante derramou-se inesperadamente sobre seus dedos pálidos.
A dor intensa a fez largar a cafeteira de imediato.
Correu para a cozinha, abriu a torneira e colocou a mão queimada sob a água gelada, tentando aliviar a dor, mas o alívio foi mínimo.
Lágrimas caíram em silêncio na pia.
Ap