Enquanto Sílvio falava ao telefone, ele não se preocupou em ser discreto e respondeu de forma direta:
— Exatamente.
Ele desligou.
Lúcia esboçou um sorriso que parecia mais um choro:
— Sílvio, você faz questão que eu faça essa ultrassonografia hoje?
— Você está se sentindo mal, então pedi ao Dr. Arthur para vir verificar o que está acontecendo. E, aproveitando, faremos a ultrassonografia. — Sílvio respondeu com um tom frio, franzindo a testa.
Lúcia, furiosa, deu um sorriso amargo, apertando a manta sobre os joelhos com força:
— Eu já disse, não preciso disso.
— Quem decide se precisa ou não, não é você.
Exatamente. Se precisava ou não, realmente não era ela quem decidia.
Mesmo que conseguisse evitar hoje, não escaparia amanhã.
Vinte minutos depois, o Dr. Arthur chegou ao apartamento.
Vestido com o jaleco branco e segurando uma maleta, ele cumprimentou Sílvio e sorriu educadamente para Lúcia.
Lúcia, em um estado de total desânimo, apenas mexeu os lábios em resposta, sem iniciar conversa.