O papagaio, como se entendesse a conversa, de repente engasgou e, rapidamente, mudou sua fala:
— Lúcia ama o Sílvio! Lúcia ama o Sílvio!
Uma leve expressão de ternura surgiu no rosto de Sílvio. Ele despejou toda a ração que segurava na mão grande e acolhedora dentro da tigela do pássaro.
— Lúcia vai dar um bebê para o Sílvio! — Disse Sílvio, sorrindo novamente.
O papagaio, enquanto comia, repetiu animado:
— Lúcia vai dar um bebê para o Sílvio! Lúcia vai dar um bebê para o Sílvio!
Não era de se estranhar que ela o tivesse comprado. Aquele papagaio, de fato, era encantador e sabia como agradar.
Mas o que Sílvio não sabia era que o bebê no ventre de Lúcia já havia sido perdido há algum tempo.
Nos últimos dias, Sílvio estava inquieto, e suas noites eram agitadas. A única coisa que lhe trouxe alguma alegria foi o papagaio aprendendo a repetir aquelas palavras.
Naquela noite, Sílvio teve um sonho maravilhoso. Sonhou que ele e Lúcia estavam deitados na grama, tomando sol, trocando beijos e c