Tendências depressivas! Paciente com câncer!
Era exatamente o caso dela!
— Tome os remédios.
A voz grave veio acompanhada de uma mão grande e quente estendida em sua direção, cheia de cápsulas e comprimidos coloridos.
Lúcia sentia um aperto no peito. Com um fio de esperança, levantou o olhar e, hesitante, perguntou para Sílvio, cujo rosto permanecia impassível:
— Sílvio, eu posso não tomar esses remédios?
— Não pode. — Ele respondeu rápido, sem a menor hesitação.
Lúcia esboçou um sorriso amargo:
— Eu realmente não posso tomar esses remédios!
Ela sabia que poderia morrer! Estava claro na bula!
— Por quê? — Sílvio franziu a testa.
Lúcia mordeu o lábio:
— Eu tenho tendências depressivas, você precisa acreditar em mim.
— Sério? — A voz dele estava fria, distante, como se aquilo não tivesse nada a ver com ele.
Sílvio se irritou um pouco ao ouvir aquela história de novo.
Ele tentou de tudo para agradá-la: falou com mais suavidade, preparou café da manhã para ela, acompanhou-a ao psiquiatra,