A luz no interior do camarote piscava, criando um ambiente de incerteza.
A mulher entrou primeiro, trocou algumas palavras e depois se virou para chamar Lúcia, que estava parada na porta:
— Linda, entra.
Lúcia, com os dedos agarrados firmemente na borda da bandeja e equilibrando-se nos saltos de quinze centímetros, adentrou o camarote.
— Sr. João, esta é a nova garota. Seja gentil com ela, não vá assustá-la. — Disse a mulher, em um tom manhoso, para o homem de meia-idade que estava no sofá, com uma corrente de ouro no pescoço, camisa florida e cabelo engomado.
João riu, acariciando o queixo:
— Claro, claro. Agora pode sair.
Quando a mulher se virou para sair, sussurrou para Lúcia:
— Não esqueça do que eu te disse. Faça tudo o que ele mandar. Seja esperta.
Lúcia mordeu os lábios enquanto a mulher abria a porta e saía, rebolando no vestido.
Sílvio estava sentado num canto do sofá, fora do alcance da luz, envolto em sombras.
Ao seu lado, Leopoldo observava Lúcia enquanto ela servia o vi