O e-mail dizia que, se Sílvio não fosse encontrar Rebecca naquela noite, Lúcia receberia as fotos comprometedoras tiradas no quarto de hotel. Sem saída, ele mentiu dizendo que precisava viajar a trabalho e foi ao encontro dela.
Quando voltou ao quarto do hospital, Sílvio encontrou Lúcia acariciando o bebê que dormia profundamente. Ela tocava o rostinho da criança com um carinho infinito e, inclinando-se, beijou delicadamente a bochecha do bebê. Com um sorriso cheio de amor, murmurou:
— Bebê, papai e mamãe te amam. Papai e mamãe vão te amar para sempre. Meu pequeno, cresça rápido, viu? O mundo é tão lindo, e eu quero que você o veja.
Talvez fosse o instinto materno, mas Sílvio percebeu que o olhar de Lúcia nunca tinha sido tão terno. Havia uma suavidade em seus olhos que parecia transbordar. Ele, por um instante, se lembrou de quando eles eram recém-casados.
Naquela época, Lúcia costumava abraçá-lo pela cintura, com um tom manhoso, para perguntar:
— Sílvio, você prefere menino ou menina