Foi a primeira vez que Basílio realmente a observou. A pele dela era tão clara quanto a neve, com as bochechas levemente coradas. O longo cabelo negro, brilhante como tinta, espalhava-se pelo travesseiro, formando um contraste que parecia obra de um artista.
Seu nariz pequeno e delicado tinha um formato perfeito, e os cílios longos e naturalmente curvados tremiam de leve, como se ela estivesse presa em um sonho. Talvez fosse a luz da lua, que atravessava a janela e iluminava o quarto, ou talvez fosse a atmosfera tranquila daquele momento, mas algo nela fazia com que ele se lembrasse de Lúcia.
Lúcia também fora assim um dia: iluminada, confiante, cheia de vida e dona de uma alegria contagiante.
Basílio pensou que talvez o motivo para ele se importar tanto com Ivone fosse porque, no fundo, queria recriar o que um dia teve com Lúcia. Ele queria alguém que tivesse olhos e coração apenas para ele.
Com cuidado, Basílio puxou o cobertor e o ajeitou sobre o corpo dela.
Mas o que ele não sabia