Elas assentiram, e eu me despedi com um leve aceno antes de sair da cozinha. Subi as escadas devagar, a madeira rangendo sob meus pés enquanto o som da chuva preenchia os corredores da casa. O clima estava pesado, úmido, e a tensão do dia parecia grudada na minha pele como um fardo impossível de tirar. Foi então que um trovão estrondoso explodiu no céu, cortando a atmosfera com uma força assustadora. Meu coração disparou, e, no susto, tropecei um passo para trás direto contra um corpo sólido.
O choque me fez prender a respiração. Levantei o olhar e dei de cara com Falcão. O cheiro dele, a presença, a forma como ele me olhava no escuro apenas com a iluminação fraca dos corredores… tudo me fez sentir um arrepio involuntário. Mas antes que pudesse reagir, outro trovão ainda mais forte ecoou pelo céu. Dessa vez, não consegui segurar o reflexo. O medo me dominou, e no impulso, meus braços se agarraram ao corpo dele. Meus dedos se fecharam em sua camisa, e meu rosto afundou contra seu peito