Continuei sentada à mesa mesmo depois que Falcão saiu, sentindo um peso estranho no peito. O comentário de Sophia sobre o cheiro dele me atingiu de um jeito que eu não esperava. Era como se um balde de água fria tivesse sido jogado sobre mim. Que tipo de idiota eu sou? Como pude me deixar levar, permitir que ele me beijasse? O pior de tudo era que não tinha sido apenas um beijo. Tinha sido intenso, avassalador, e, por um momento, eu simplesmente esqueci quem ele era. Isso me deixou chateada comigo mesma. Nada daquilo estava certo. Tentei afastar os pensamentos, mas a inquietação dentro de mim crescia, sufocante. Eu precisava manter o foco, lembrar quem eu era, lembrar o que eu queria. Suspirei pesadamente e terminei de comer em silêncio, ignorando o turbilhão na minha cabeça. Sophia, que até então observava tudo sem dizer nada, puxou a cadeira ao meu lado e se sentou. Eu não precisava olhar para saber que ela estava me analisando, tentando entender o que se passava dentro de mim.
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