Num instante, Falcão avançou contra mim como um raio, e antes que eu pudesse me afastar, suas mãos rudes envolveram meu pescoço e me ergueram do chão. A falta de ar foi imediata. Minha visão escureceu por alguns segundos, e o desespero tomou conta de mim. Meus dedos agarraram os pulsos dele instintivamente, tentando soltá-lo, mas sua força era esmagadora.
— Ele te entregou para mim, vagabunda! — seu grito fez minha cabeça girar. — Em forma de pagamento! A revelação do que eu já sabia atingiu meu peito como uma lâmina afiada, rasgando minha sanidade.
— E eu, ainda tendo compaixão, pensei no passado! No que aconteceu com a minha mãe! — seu olhar era puro ódio, a mandíbula travada. — Para não ver você sendo entregue para outros, sua puta!
A lembrança da conversa com Sophia veio como um flash em minha mente. Algo que ela tentou me dizer. Mas antes que eu pudesse entender completamente, a realidade me puxou de volta a dor no meu pescoço, a falta de ar, a certeza de que ele poderia me matar