Maximus
O vento lambe meu rosto como uma lâmina fria. O silêncio da floresta é cortado apenas pelo som dos nossos passos pesados. Arsher caminha ao meu lado, o maxilar travado, o olhar em brasa. Sei que está a ponto de explodir, e estou cansado de suas dúvidas, de seus princípios frágeis. Isso aqui não é conto de fadas. É guerra.
— Ainda podemos recuar — ele solta, finalmente. — Ainda dá tempo de inventar uma desculpa e...
Paro de andar. O restante do grupo continua à frente, mas eu me viro devagar, encaro meu filho. Ele parece menor do que é. Mais fraco. Quase humano.
— Está dizendo que eu desobedeça uma ordem direta do Supremo? — minha voz sai baixa, perigosa.
— Estou dizendo que essa ordem é absurda! — Arsher retruca, a mão se movendo em direção à espada. — Eron não está lá. Nem bruxos perigosos. São crianças, mulheres, velhos... humanos cansados. Isso é massacre, não é guerra.
Avanço um passo, e ele recua. Um instinto visceral toma conta de mim, o do alfa que não admite ser desafi