Eron
Depois de mais um dia de trabalho, chego na pousada onde tenho ficado e encontro Aisha inquieta dentro do quarto.
— O que houve, Aisha? — pergunto realmente preocupado, pois ela anda de um lado a outro como se tivesse acontecido algo.
— O que houve? Estou presa nesse lugar há três dias! Você sai, fica fora o dia todo e eu fico aqui sozinha! Você sabe o que é uma pessoa acostumada a trabalhar todos os dias sem folga, de repente não ter nada para fazer? Estou surtando!
— Calma — peço, mas isso só parece piorar a sua crise de raiva.
Ela marcha pelo quarto, pisando com força. A raiva borbulha no sangue da mulher pequena na minha frente, e isso desperta uma vontade sorrir para a tempestade que estava contida dentro do pequeno corpo, a personalidade que era reprimida pela ameaça constante.
— Calma? Eu não vou ficar nesse lugar sozinha por mais um dia, nem que eu tenha que pular pela janela ou ameaçar o porteiro com uma faca de pão! — grita e eu contenho um sorriso.
— Tudo bem, você ven