O ambiente aconchegante e intimista os envolveu assim que entraram. Uma música suave tocava ao fundo, e o cheiro de especiarias preenchia o ar. Se sentaram e depois que os pedidos foram feitos, a Fitzgerald resolveu iniciar a conversa:
— Papai… — Noah olha a filha com atenção. — É que… pensei em dar uma festa de boas vindas aos meus colegas lá em casa nesse final de semana. Nossa casa é bem grande, tem uma área com piscina, salão de jogos… seria divertido conhecer as pessoas da minha turma melhor. Pode ser?
O mais velho se surpreendeu com a pergunta. Não imaginava que teria de lidar com isso tão rápido. Ao se deparar com os olhinhos pidões da filha, suavizou a expressão:
— E como seria a organização dessa festa, minha filha? Posso pedir alguma ajuda à sua tia Savannah. Ela trabalha com isso e é a melhor nesse ramo. — Olivia riu dos exageros do pai, mas achou fofa sua tentativa de mimá-la:
— Pai, não preciso de uma promoter pra organizar uma festa de calouros, pelo amor de Deus — bateu na testa de modo engraçado, fazendo seu pai rir de si mesmo.
— Certo, certo, talvez eu tenha exagerado um pouco… Por mim, tudo bem. Mas… vai rolar de tudo?
— Como assim, rolar de tudo? — A loira tinha uma expressão confusa. Noah coçou a nuca constrangido, mas mesmo assim continuou:
— Querida, eu já tive a sua idade. Fumei uns baseados, bebi muito, fiz minhas loucuras… mas os tempos são outros. As coisas estão mais perigosas. Então se vai rolar esse tipo de “parada”, como vocês jovens costumam dizer, que seja uma coisa organizada para ser mais segura. — Olivia começou a rir do mais velho, que ficou apenas observando a menor sem entender nada.
— Fala sério, pai. Claro que vai rolar bebida. Um baseado também não seria ruim, mas não vivemos no mundo da lua. Pelo menos eu não sou descuidada. — Olivia disse, com um sorriso maroto. — Pode ficar tranquilo. Vamos fazer tudo direitinho. Quanto à agarração… bem, isso é inevitável. É o que os jovens mais fazem hoje em dia. É normal, pai!
Noah fechou os olhos e pressionou o osso do nariz com os dedos, tentando digerir aquelas palavras.
— Filha, você realmente deveria me poupar desse tipo de comentário.
Olivia caiu na gargalhada, divertida com o desconforto dele.
— Relaxa, paizinho. Juízo eu tenho de sobra. Não vou te dar um netinho antes da hora, prometo!
Noah corou imediatamente. Era uma missão impossível lidar com a leveza com que Olívia falava de tudo.
— Olivia, por Deus!
O jantar terminou entre risos, caretas e conversas despreocupadas. Noah se sentia leve, algo que há muito tempo não experimentava. A presença da filha era como uma lufada de ar fresco, um lembrete de que ele ainda podia viver momentos simples e felizes.
E para a surpresa de ambos, ele havia concordado com a festa. Até sugeriu contratar um DJ, algo que fez Olívia vibrar de empolgação. Ela já estava cheia de ideias, falando animadamente sobre as decorações e a lista de convidados.
Enquanto Olívia continuava seu monólogo sobre como tudo seria perfeito, Noah observava-a com um sorriso suave. Ela era seu maior orgulho, a melhor parte da vida que ele havia construído. Estar tendo a oportunidade de tê-la novamente em sua vida era algo que ele jamais deixaria escapar, estava disposto a tudo por ela, custe o que custar!