ALEX

Eu não conseguia ficar em Santorini. Aquele paraíso era meu inferno particular, um lembrete constante do que eu havia perdido e do que eu era forçado a aceitar. Eu usei a reabilitação de Lua como desculpa, encurtando a lua de mel para apenas três dias. Três dias de paisagens deslumbrantes e, misteriosamente, noites em branco.

Minhas memórias daquelas noites eram um borrão. Acordava sempre com a cabeça latejante e um sono pesado, encontrando Natália sorrindo e a cama em desordem. Ela repetia, com satisfação: "Você estava exausto. Foi uma noite selvagem, querido." Eu não conseguia lembrar, mas também não conseguia negar. A confusão e a culpa aumentavam. Eu havia me casado com ela; eu tinha o dever. E a possibilidade de que o casamento estivesse "consumado" era mais uma corda amarrada ao meu pescoço, cortesia de Natália.

Voltamos para a mansão da família dela (agora, a nossa casa) e eu mal tive tempo de tomar um café antes de mergulhar nos protocolos de Lua.

— Querido, não seja cha