— Pai?! — Minha voz desafinou miseravelmente, não era quem eu esperava.
— Filha, tudo bem? Pensei ter ouvido alguma coisa.
Dei um sorriso sem graça — Tudo papai, cheguei agora da Carminha, não quis te acordar.
— Ah, sim. Sua mãe me disse. Vou me deitar mais um pouco — Me deu um beijo na testa e voltou para seu quarto que ficava na parte de baixo da casa.
Suspirei com certo alívio e frustação misturados, me deitei na cama com parte de uma perna para fora, coloquei um dos braços sobre o rosto pensando que o melhor seria evitar confusão mesmo.
O tempo se arrastava quando novamente ouvi passos pelo corredor, dessa vez menos pesados, quando de repente a maçaneta se virou e lá estava ele. Antônio.
Ele entrou sem pedir licença como se o quarto fosse dele, me levantei de imediato sentando-me na beirada da cama abismada com sua ousadia.
— Você não pode entrar assim — tentando manter a voz firme.
Ele fechou a porta atrás de si. — E você não tem o direito de fugir e não me dar a oportun