Capítulo 18
"O que não ousamos tocar com as mãos, tocamos com os olhos. E o que os olhos desejam em silêncio, o coração enterra entre batidas contidas." — Marjorye Sandalo
Isaac Aubinngétorix
A luz suave da manhã atravessava a janela do quarto do hotel, dançando nas frestas da cortina. O som abafado da cidade abaixo era distante demais para me perturbar. Me estiquei na cama, sentindo a leve rigidez nos ombros. O congresso do dia anterior havia sido um sucesso, ainda que esgotante. Mas o que mais permanecia em mim era o olhar dela. Maeve.
O jeito como seus olhos me buscaram por entre os convidados, como se procurasse algo e, ao mesmo tempo, fugisse. Havia uma vulnerabilidade nos traços dela que me fazia lembrar das promessas que nunca consegui cumprir.
Me levantei da cama sem fazer barulho, supondo que ela já tivesse descido para o café da manhã. O quarto estava incrivelmente silencioso. Caminhei até o banheiro com o corpo ainda pesado pelo sono, abrindo a porta sem bater.
Foi quando