Capítulo 27 — “Às vezes, o recomeço não grita; ele apenas respira diferente.”
Maeve Jhosef
Acordei com o coração mais leve do que nos últimos meses.
Sem pesadelos. Sem o peso de um nome ecoando na cabeça. Só o som morno da vida acontecendo do lado de fora da janela. Carros passando. Pássaros discutindo nos galhos. Um sol tímido espiando pelas frestas da cortina.
Talvez fosse só um bom dia.
Ou talvez fosse o começo de algo novo.
Levantei com calma. Tomei banho ouvindo uma playlist antiga, daquelas que costumávamos usar para pintar paredes ou terminar trabalhos da faculdade às três da manhã. Vesti um conjunto simples, elegante. Terno claro, camisa azul celeste. Delicado, firme. A maquiagem foi suave, os lábios num tom natural. Pela primeira vez em semanas, gostei do que vi no espelho.
Eu parecia… viva.
Na mesa da cozinha, Zola me olhou com a testa franzida.
— O que foi? — perguntei, pegando uma maçã.
— Você parece… legal. Feliz, até. — Ela estreitou os olhos. — Isso é suspeito.
Sorri e