capítulo 33

O telefone tocou no momento em que Sophie ajeitava a bolsa sobre o ombro, ainda com o gosto amargo do envelope na garganta. Ela atendeu com a voz embargada, tentando disfarçar o tremor.

— Agence Lumière, bonjour — disse a voz do outro lado, calma e profissional. — Sophie? Precisamos que compareça à sessão de hoje. Você é a melhor fotógrafa que temos; é inevitável a sua presença. Precisamos de você às dez, por favor.

Sophie engoliu em seco. Ser chamada assim, nomeada como imprescindível, deveria ter soado como um consolo, mas naquela manhã soou como uma sentença. Respirou fundo, repetiu mentalmente que era apenas trabalho, que ali, sob as luzes e entre os lençóis e objetos cenográficos, havia uma zona segura onde sua mente conseguia respirar. Havia Matteo — a voz dele, a calma dele — que, mesmo à distância, era a âncora que lhe permitia mover-se.

— Certo — murmurou. — Eu vou. Chego em dez.

Desligou. Por um instante permitiu-se a frágil esperança de que uma rotina talvez a salvasse; que
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