O silêncio do apartamento era cortado apenas pelo som acelerado da respiração de Sophie. As cortinas cerradas impediam a entrada da luz de Paris, transformando a sala em uma caverna de sombras.
O celular vibrou sobre a mesa. Ela arregalou os olhos. Um número desconhecido brilhava na tela. Por um instante, pensou em não atender. Mas algo dentro dela — talvez medo, talvez instinto — a fez deslizar o dedo.
— Alô? — sua voz saiu baixa, quase trêmula.
Do outro lado, silêncio por alguns segundos… até que uma voz grave, carregada de sarcasmo e desejo, soou:
— Docinho… quanto tempo.
O mundo de Sophie parou. O estômago revirou, as mãos tremeram tanto que o aparelho quase escorregou.
— L-Leonardo…
Ele riu baixo, um som que mais parecia um rosnado satisfeito.
— Você achou mesmo que poderia me apagar da sua vida assim? Fugir durante três anos, como se eu fosse um fantasma sem corpo? Você é minha, Sophie. Sempre foi.
— Eu não sou sua coisa! — ela respondeu, a voz vacilante mas firme na tentativa d