Siena Dal
A picada em meu pescoço foi uma surpresa fria e afiada. Meu grito pelo nome de Luna ficou preso na garganta, substituído por uma onda de tontura que fez o salão de baile girar violentamente. As luzes dos lustres se transformaram em borrões de fogo, as cores se misturando como tinta molhada. O som do caos – os gritos, o vidro quebrando, a voz desesperada de Wei em meu ouvido – tornou-se um zumbido distante, como se eu estivesse submersa em água.
Minhas pernas se transformaram em borracha. Senti braços fortes me segurando, me impedindo de cair. Mas não eram os braços de Wei. Eram rudes, impessoais. Mãos me agarraram, me arrastando para longe da luz, para as sombras na borda do salão. Tentei lutar, mas meus membros não obedeciam. Minha mente gritava, mas minha boca não conseguia formar palavras.
A última coisa que vi do baile foi o brilho do sangue no vestido de Luna, uma imagem terrível que se gravou em minha mente antes que a escuridão me engolisse completamente.
A consciênc