Alejandro Albeniz
 Cheguei à mansão Albeniz com o coração descompassado, quase rasgando o peito. O prazo estava se esgotando — em poucos minutos, os sequestradores matariam Ximena, se o maldito pagamento não fosse feito.
 Estacionei sem nem desligar o motor e entrei feito um furacão.
 — Mercês, está tudo pronto? — perguntei com a voz trêmula, mais de raiva do que de medo.
 Ela me olhou como quem saboreava o pânico alheio. Cruzou os braços devagar e soprou a fumaça de um cigarro recém-aceso.
 — Está sim. Galindo, aquele estagiário do financeiro, deixou tudo pronto. O dinheiro está convertido em criptomoedas não rastreáveis. — Ela deu uma longa tragada. — Agora só falta transferir.
 — Então, faz isso agora! — exigi, já sem paciência.
 Mas Mercês, como se o tempo fosse uma peça de porcelana para ela parecia, levantou lentamente e disse:
 — Vou tomar um banho antes. Odeio fazer essas coisas suja. — eu podia sentir o cinismo em seu tom. Ela estava curtindo minha desgraça.
 — Banho?! Tá ma