88. VAI EMBORA
PAOLA MADERO
Viver era uma palavra muito forte para mim. Mas percebi que poderia pelo menos sobreviver pela Melinda. As coisas que passei por um curto espaço de tempo eram grandes demais para serem esquecidas, então, tentaria suporta-las até o fim da minha vida miserável.
Foi exatamente aquele dia frio que serviu para esquentar um pouco meu coração. Sabia que me achava em um momento semelhante ao que vivi nas mãos do Paul, que lutei apenas por mim mesma, mas agora eu precisava agir pois tinha mais alguém em jogo.
Passei a me dedicar mais à Mel. Alma me ensinava o que eu ainda não sabia fazer, e em pouco tempo, já cuidava de tudo relacionado a ela: banho, comida, vestimenta, sono, passeios no quintal. Por ser um bebê muito sorridente, me encantava e acalmava, que mesmo vivendo em uma casa de aura sombria, que ninguém sorria, estava lá, com a boca banguela aberta num largo sorriso. Seus olhos extremamente verdes como os do pai, ainda me traziam lembranças incomodas, mas aprendi a ign