87. A FORÇA DO AMOR
PAOLA BACKER
Desisti de chamar minha mãe quando a vi sumir escada a baixo.
Enquanto pensava no que fazer, senti um puxão de cabelo.
— Aí! — Resmunguei alto com o susto.
A Melinda me olhou e fez um bico de choro.
— Me desculpa... Eu não quis te assustar. — Murmurei para ela que por sua vez continuou com a mesma expressão.
Sem saber o que fazer com um bebê de quatro meses, voltei para o quarto e a coloquei deitada na cama.
Ela ficou quieta por alguns segundos, mas começou a chorar.
Olhei pela janela e vi o carro vermelho saindo da garagem.
— Volta mãe... — Gemi.
Tornei a pega-la no colo. O choro não foi resolvido.
A balancei nos braços para ver se parava, mas não. Tentei até cantar, porém nada.
Voltei a deixar na cama e coloquei a mão na cintura olhando-a para ver se tinha alguma ideia do que fazer.
Algo frio atravessa minha mente: se eu tivesse cuidado dela desde o início, com certeza isso não aconteceria agora, saberia exatamente como agir.
Senti minha mão suar e tremer.