86. DIAS DIFÍCEIS
PAOLA BACKER
Sentadas ali, não dissemos nada por vários minutos. Apenas sentia o calor humano de seus corpos.
Depois de um tempo, tentei levantar. Porém, quando o gás de adrenalina havia passado, as dores apareceram insuportáveis. Sem querer, acabei soltando um gemido abafado.
Pressionei a mão no pé da barriga para aliviar a latência.
— Está tudo bem?
— Sim. — Menti descaradamente.
Ela não acreditou, claro, mas preferiu não fazer mais perguntas, eu agradeci por isso.
— Segure ela um instante.
Apenas concordei com a cabeça e segurei o embrulho pequeno que se movia balbuciando barulhinhos com a boca durante o sono.
Encostei no sofá fechando os olhos.
— Sei que precisa. — A olhei, e a mão dela estava estendida com alguns comprimidos que o médico receitara para as dores fortes.
Tomei sem reclamar e acabei adormecendo sentada mesmo.
No dia seguinte acordei sozinha na sala, com os gritos da Melinda. Assustada procurei de onde vinha, segui o som até o banhei