Juliana, sem saber que o bocudo do Vítor já tinha contado tudo no grupo da família, acabava de encontrar a caixa de primeiros socorros.
Sentou-se ao lado de Bruno.
A luz morna da sala de estar, num tom alaranjado suave, suavizava o frio habitual em seu olhar.
Bruno havia tirado o paletó. Usava apenas uma camisa social leve.
— Pode doer um pouco. Tenta aguentar.
Gustavo não tinha segurado os golpes. O hematoma no rosto de Bruno parecia ainda mais grave por conta da pele clara.
A distância entre os dois se encurtou repentinamente.
Tanto que Bruno conseguia sentir o leve perfume de sabonete que vinha da Juliana.
Ela estava completamente concentrada, os olhos fixos no canto da boca dele, enquanto limpava com um cotonete embebido em iodo o sangue seco.
Bruno prendeu a respiração por um instante. O pomo de adão subiu e desceu duas vezes, como se engolisse em seco. Seu olhar escureceu, denso.
Instantes depois, Juliana recuou, recompondo a postura.
Enquanto guardava os materiais na caixa, falo