— Juliana, eu preciso te perguntar uma coisa.
Os dois se encaravam.
Ela, fria.
Ele, contido... Mas à beira de explodir.
Juliana tentou se soltar.
Mas o pulso ainda estava preso entre os dedos quentes dele.
O calor da pele de Gustavo provocava nela uma repulsa instintiva.
Uma náusea subia pelo estômago, e seu rosto perdeu a cor.
— Solta. — Disse ela, com a voz baixa, mas firme.
Gustavo a fitava intensamente.
O olhar dele era profundo, sombrio.
— E se eu não soltar? Eu só quero... Aaah!
Ele não terminou a frase.
A dor o cortou no meio.
Juliana não teve piedade.
Ergueu o joelho com precisão, mirando direto... Entre as pernas dele.
Gustavo ainda tentou se esquivar.
Mas não escapou completamente.
A dor o fez curvar o corpo, trincar os dentes.
— Juliana! — Rugiu, furioso.
A mulher diante dele era irreconhecível.
Nas memórias que ainda tinha, Juliana era doce, cuidadosa, gentil.
Nunca violenta.
Nunca cruel.
O que tinha acontecido com ela?
— Foi por pouco, Gustavo. — Disse ela, encarando-o com