— Juliana.
A voz grave e rouca carregava um cansaço profundo, como se tivesse atravessado dias sem dormir.
Ele surgiu de repente, bloqueando a passagem dela. Sua silhueta alta projetava uma sombra que a envolveu por inteiro.
Acima dela, tudo virou escuridão.
Juliana deu um passo para trás, os olhos frios como gelo, fixando o homem à sua frente.
— Não sabia que o Sr. Joaquim também tinha talento pra ser perseguidor.
O tom irônico, carregado de sarcasmo, irritou Joaquim, ainda que apenas por um instante.
Ele engoliu a raiva, tentando manter a compostura. Seu olhar, porém, permanecia pesado.
— Juliana, a gente precisa conversar.
Ele claramente se esforçava para parecer calmo. Mas cada palavra carregava um tom autoritário, como se já tivesse decidido tudo por ela.
Juliana, que nunca abaixava a cabeça, cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha.
— E desde quando é você que decide isso? Acha que é quem, exatamente?
A família Rodrigues inteira sempre foi difícil de engolir.
E Joaquim era, sem