Uma sensação estranha passou pelo coração dela, rápida como um lampejo.
Enquanto os dois se sentavam à mesa para o jantar, Vítor, sempre esperto, aproveitou a deixa para dar mais uma força.
— Juliana, deixa eu te contar uma coisa... Mas é segredo, tá? — Ele se inclinou um pouco, como quem vai confidenciar algo. — Na verdade, foi o Bruno quem pediu pra eu vir hoje. Todos esses pratos aqui, ele encomendou com antecedência no restaurante. Me pediu pra buscar depois da aula.
“Um cara tão atencioso assim... Como é que não se apaixona?”
Mas a reação de Juliana foi totalmente diferente do que Vítor esperava.
Ela estava tranquila. Tranquila até demais.
Respondeu com apenas três palavras:
— Eu já sabia.
Só isso?
Vítor, inconformado, tentou de novo.
— Juliana, você não tem mais nada pra dizer?
Ela lançou um olhar estranho pra ele.
— Dizer o quê?
Vítor engoliu em seco. Silenciou e voltou a comer seu arroz branco. Nisso, a tela do celular ao lado acendeu com uma ligação.
— Vítor, você não vai vir