— Laura, você tá tentando abusar dele enquanto ele tá inconsciente?
A voz repentina fez Laura puxar a mão de volta no reflexo, um arrepio subindo pela espinha.
Ela virou o rosto e viu Juliana afastando a cortina com uma das mãos, entrando no quarto.
O rosto bonito e gelado trazia um sarcasmo impossível de ignorar. Cabelos negros, pele clara como neve, inconfundível.
Laura mordeu os lábios, tomada pela inveja.
— Não vem me caluniar! Eu só vim ver o Bruno! — E, como se não bastasse, ainda virou o jogo. — E você? O que tá fazendo escondida no quarto dele, hein?! Quem quer abusar do Bruno é você, Juliana! E ainda tem a cara de pau de me acusar!
Juliana já conhecia esse tipo de teatro, gente que faz a sujeira e tenta jogar a culpa nos outros.
A mesma sensação de descrença. A mesma vontade de rir.
Na verdade, ela riu mesmo.
Ergueu uma sobrancelha, com desdém:
— Abusar do meu próprio marido? Laura, você tem certeza do que tá falando?
A verdade é que Bruno estava consciente o tempo todo.
Conse