— Você ligou? Foi mal, eu estava tão focada conversando com a Ju que nem percebi.
Diante da desculpa esfarrapada dos pais, Bruno apenas arqueou uma sobrancelha, em silêncio.
Ao lado dele, Juliana estendeu a mão.
A palma quente e macia repousou sobre o dorso da mão dele, como um gesto instintivo.
No mesmo instante, o corpo de Bruno enrijeceu.
Ele baixou os olhos rapidamente, escondendo qualquer emoção que pudesse escapar no olhar.
— Por que saiu sem casaco?
Na voz calma dela, havia uma bronca velada, sutil, mas certeira.
Do outro lado da mesa, Paulo observava a cena como quem assiste a um espetáculo imperdível.
— Cunhada, você tem que puxar a orelha do Bruno! Eu fui atrás, mas não consegui alcançar. Tá fazendo seis graus hoje! Você precisava ver a cara das pessoas na rua, olhavam pra ele como se fosse maluco!
E Paulo não estava exagerando.
Era como ver alguém de regata em pleno inverno.
Bruno lançou um olhar de advertência para ele.
Mas Paulo, com Juliana por perto, estava se sentindo i