Catarina forçou um sorriso.
Ela pousou cuidadosamente a tigela e a colher, virou-se apenas depois de um longo silêncio e encarou os olhos frios de Bruno.
— Bru... Sr. Bruno.
Dessa vez, ela se corrigiu a tempo.
Não tinha dúvidas de que, se ainda ousasse chamá-lo de "Bru", ele não hesitaria em ir atrás da família Moreira.
— Quando cheguei, vi o Sr. Henrique e a Sra. Rafaela. Eles levaram a Juliana com eles.
Ao terminar a frase, Catarina percebeu claramente a mudança na expressão de Bruno.
Seu coração se apertou, como se fosse perfurado por mil agulhas finas.
Ela ficou ali, atônita, enquanto ele arrancava a agulha do soro do dorso da mão e jogava o cobertor de lado. Saiu da cama com uma impetuosidade que Catarina jamais tinha presenciado.
Seu corpo estremeceu por um instante.
— Sr. Bruno, eu realmente queria entender... P que é que o senhor vê na Juliana?
Ela simplesmente não conseguia entender.
Nem nesta vida, nem em outra.
Juliana era só uma órfã. O que, afinal, ela tinha de especial?