“Carmem”
Eu acordei me sentindo tão bem, como se tivesse dormido um sono relaxante e revigorante. Eu só não espreguicei porque sabia exatamente onde estava e com quem estava, precisava parecer acabada e à beira da morte. As luzes do quarto estavam acesas e eu pisquei algumas vezes para me adaptar a claridade. Olhei para o lado e ele estava ali, arrasado como eu imaginei que estaria. Ah, José Miguel, tão previsível!
- Huumm… - Eu gemi como se estivesse com dor e me mexi um pouco na cama.
Ele levantou a cabeça e me olhou, em silêncio, com uma expressão enigmática. Havia algo errado.
- José Miguel?! Eu… o quê… você deveria me deixar morrer… - Eu me fiz de confusa e deprimida e tentei chorar.
- Será que você quer mesmo morrer, Carmem? – Ele perguntou com a voz fria.
- José Miguel! – Eu o encarei em choque.
- Sabe, Carmem, se você quer mesmo morrer, eu acho que você precisa de ajuda profissional, alguém que te ajude a atravessar o luto perpétuo no qual você vive e esse não sou eu. – Ele fa