“José Miguel”
Para minha grande surpresa, quando eu saí do quarto da Carmem, eu senti como se meus ombros ficassem mais leves. Eu não me senti mal ou culpado, eu senti que estava fazendo a coisa certa, dando a ela exatamente o que eu tinha que dar, cuidando para que ela ficasse confortável, não ficasse sozinha e tivesse tudo o que precisasse. Ela não precisava de mim ali como uma sombra e talvez ter uma senhora como a Berta para lhe fazer companhia e conversar um pouco fosse bom para ela.
- O que vocês ainda estão fazendo aqui? – Eu quis saber quando cheguei na recepção e dei de cara com o Matheus e a Candinha.
- O que você acha? Por causa da megera do inferno é que não é! – O Matheus sorriu. – E aí, já posso encomendar a missa de sétimo dia?
- Não seja ridículo, Matheus! A Carmem está viva e me parece que já está muito bem. O médico disse que ela vai passar três dias aqui.
- Eu tinha certeza que ela não ia morrer, ela nunca faz o que a gente quer! – A Candinha comentou emburrada.
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